"É engraçado, não é? Como tudo anda estranho e diferente...
Os valores se trocam como roupas, e morrem repentinamente.
E dentre roupas, ali achei mais uma!
Mais alguém capaz de me distrair da confusão que me inunda.
As coisas boas se passam de um jeito tão fullgás
Os pensamentos bons se vão na lágrima que cai.
Dentre uma corda ou outra, mais uma canção.
Mas dessa vez, pasme! Não é sobre você não...
Deixe-me sentar, beber mais um copo, aliviar a dor.
Deixe-me chorar, deixe-me espernear, deixe-me falar de amor.
Aqui não dá pra ser sempre sincero
Pois desmorona tudo que faço com tanto esmero.
Eu acordei ouvindo risadas de crianças
E dentre mil abraços, eu vi a cara da esperança
Ela segurou meu rosto, beijou-me com carinho.
Disse "Vá agora, pois tens um longo caminho."
Não vou assumir, não vou deixar transpassar.
Tenho medo de ir lá fora, tenho medo de qualquer lugar.
Afinal de contas, quem sou eu então?
Mais um anjo caído, me chamo "Solidão"...
Me sinto cada vez mais em casa, cada vez com mais sorte.
Sofrer de dor honesta faz sentir-me mais forte.
Um pouco de medo do novo, quem não tem?
Mas é um medo bom, pois sei que o novo vai me fazer bem.
No mundo em que vivo, todos estão mentindo.
Dizem que estão sorrindo, estão se encontrando.
Ora, eu sei que a ferida continua apertando.
Mas farei o mesmo que eles, só pra me sentir mais humano.
Dentre músicas e sorrisos, eu venho a me curar.
Viagens repentinas, boto fé, vou me encontrar!
Afinal, o que tanto essa vida quer nos ensinar?
Já, sei, já sei! Se eu pensar demais, vai estragar...
Agora que eu já magoei, que eu mostrei que não sou nada
Posso enfim seguir em frente, pra mais um dia de merda.
Sei que aquela lá viu algo de mim.
Deixa pra lá, não valho tanto à pena assim.
À pena... À pena... Pena impura.
Não serei digno de pena!!!
Apesar de ser exatamente isso que causo
Pra aqueles que viram o quão alquebrado estou.
"Boa noite, senhor. O que vai pedir?"
"Mais um copo, garçom. Ignorei mais um aprendizado naquela esquina ali."