quarta-feira, 13 de março de 2013

Timor Angelus

Desses olhos não mais saem lágrimas
Mágoa grande que abateu o coração.
As nuances verdes de um olhar não mais vívidas
Fazem ver que a ideia em si foi em vão.

De reencontro à até logo.
De músicas à sorrisos
De beijos a amizades
De choro à abismos.

O cigano enfim assumiu!
Se perdeu em meio à tanto medo.
Teve até medo de não ter medo.
Só pra acreditar que de fato, sucumbiu.

Que não tinha outra saída.
Que o tentar sempre naufragou.
Mas na verdade, era apenas ferida...
Ferida que há tempos existe, e ainda não se fechou.

Não é recente, é quase secular.
É uma dor que nunca passou.
Mas o vazio em si não o fez enxergar
Que o antídoto, em sua frente posou.

E assim, vive sozinho.
Reclamando sempre da solidão.
Ora, se na tua roseira tem espinhos
Porque os deixa procriar então?

Vai de rosa em rosa,
De flor em flor.
Não dá pra justificar nem uma prosa
Quando se sofre por amor.

Mas que fique atento!
Já vou lhe avisar.
Pra que depois não se julgue desalento
Por não ouvir alguém a lhe aconselhar.

Eu vi meu amor perdido num quarto qualquer.
No meio de uma mulher
Satisfeito temporariamente.
Com medo da solidão que adoece a mente.

A profundidade do universo que procuras
Não está na superficialidade das tuas ações.
Se a vida lhe trouxe amarguras
Saiba também que disso sofreram muitos outros corações.

Que houve nobreza, eu não posso negar.
Respeitoso aos sentimentos que vieram lhe cantar.
Lábios que tocaram a pele, me disseram pra fugir.
Pobre deles, não sabiam o tipo de espírito que havia ali.

Se queres ir alto, deves voar!
Mas tem que cuidar bem dessas asas.
E quando voltar, deves gritar!
"Acorda, mulher! Acorda que eu tô em casa!"

Na próxima conversa, quero ouvir falar.
De como por si mesmo você se apaixonou.
De como agora você sabe quem por trás do espelho está.
De como está bem pelo bem que plantou.

Eu quero ver vida, eu quero ver transmutação.
Eu quero que a ideia se torne revelação.
Eu quero musicar o teu triunfar
Quero brindar você sem parar.

O céu azul vai ouvir tua glória.
E de estrelas ele vai brilhar a tua vitória.
Por dentre gargalhadas, eu vou mais uma vez declarar.
'Aqui é tua casa, volta sempre que precisar lembrar o que é amar!'"





Um comentário:

Marco Antonio de Moraes disse...

Senti um pouco da dor enquanto enxergava o progresso da história contada.

Bastante extenso, tal qual intenso...

Olhos para quem pode ver. Ouvidos para quem pode ouvir.

Beijos