Não é pra suportar.
Não é pra cumprir compromisso.
Voa. Vá, agora.
Teu coração se exalta perante à tanto sofrer de alma.
As pessoas ao entorno passam. Não notam.
Talvez seja melhor assim.
Que diabos é a vida?
Moinhos e ventos que brigam
Num intervalo de tempo chamado eternidade.
Nós não somos tão reais quanto achamos.
Nem tão vivos quanto desejamos.
E ainda assim, tem tanto mais além.
O real potencial se esvai
Por todo ralo que a nossa via cai
Presos numa rotina que só faz amargurar.
E quem se atreve a se libertar, que fim terá?
Terá fim?
As vozes se confundem, me irritam.
Não me deixam continuar o que comecei.
Meu espaço não é meu, lhos curioso pousam sobre mim.
Inspire. Expire.
Já pode descer agora? Já pode pedir emancipação dessa loucura?
Eu respiro problemas, amor meu. Eles adoram grudar em gente como eu.
“O QUE FOI QUE EU FIZ?”, eu grito.
Ouço passos. Mais olhares falsos.
As suas palmas não me agradam, não vou sorrir pra você.
Saia daqui.
Respiro.
De soslaio, percebo que olhos curiosos persistem em querer saber o que escrevo.
Jamais.
Palavrão tímido, desabafo de um homem.
“É foda” resume bem a vida de todos presentes.
Alguns ainda sorriem. Caminham devagar. E enfartam.
Morreram por fingir ser feliz demais.
“Almoçar? Minha casa tem prato sujo desde sexta-feira!”
Desabafo pesado de uma mulher.
Conversas de faxina. Me desligo.
Passos. O chão range irritantemente atrás de mim. Mostra ansiedade, pressa, desespero. Perfil normal de quem vive na atualidade.
Me distraio. Muitas vozes falando ao mesmo tempo.
Não tenho espaço. É irritante.
“Que carinha é essa?” Me perguntam.
Sorrio amarelo, não preciso responder. Engata num monólogo divertidíssimo (apenas para si) e recebe aprovação minha através de um sorriso mais sincero meu.
Vai embora.
Não sinto muita coisa.
Volto a escrever.
O inferno... é aqui.
E ninguém parece notar.”
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